26/07/2010

O Grande Assalto


Lá estava eu, sentada Diante da maior autoridade que existia, dando meu depoimento, detalhando-lhe o que acontecera...
O dia amanhecera belo. O sol brilhava forte e aquecia o meu viver. Sentia-me esplendorosa, radiante com a vida. Dei bom dia a tudo e os pássaros me responderam com uma canção matinal. Sentia-me tão bem que resolvi vestir minha melhor roupa para ir trabalhar, queria que as pessoas percebessem minha felicidade e contagiassem-se.
Ao tomar café, agradeci pelo pão que me alimentava e desejei luz àqueles que não o tinham.
Sai de casa e já havia virado a esquina quando me lembrei que me esqueci de me perfumar. Não podia voltar, pois iria me atrasar. Logo mais a frente me deparei com um canteiro de rosas, rosas vivas e escandalosas. Aproximei-me, cheirei-as e senti o perfume delas me tomar num abraço amigo. Sorri agradecida e colhi uma rosa, guardei-a na bolsa.
Segui o meu caminho e logo estava no meu trabalho, pronta para mais um dia puxado. Ao sentar-me em minha mesa, deparei com uma colega de trabalho chegar, de cara fechada, e sentar-se também. Quando ela repousou foi possível perceber que ali também pairou algo desagradável.
Quando nosso chefe passou por nós, levantei-me e dei um Bom Dia, alegre e sincero. Fui presenteada com um “Está muito bem hoje Clara”. Vermelha, sorri agradecida e voltei ao trabalho.
Estava concentrada em minhas tarefas quando minha colega se aproximou de minha mesa e disse em tom enfurecido:
“você sempre puxando o saco do patrão. Se veste bem, sorri tudo para agradá-lo. Você é ridícula, assim como tudo a sua volta. Tire esse sorriso falso e volte ao trabalho”.
Senti-me arrasada. Meu dia havia sido tomado por nuvens cinza de inveja. Sentia-me mal e fui chorosa, ao banheiro. Chorei, chorei e chorei. Quando pensei em sentir raiva de minha colega, ouvi meu subconsciente dizer:
“quando lhe baterem numa face, oferecei a outra”.
Recompus-me e vi que o que ela dissera não fazia sentido. Revisei o meu dia e questionei: Ridículo? Não mesmo!
Voltei às minhas tarefas como se nada tivesse acontecido.
Ao final do dia, tinha superado aquele assalto ao meu bem estar e estava renovada. Antes de ir embora, peguei minha bolsa e tirei de lá aquela suave rosa. Senti novamente o seu perfume e a depositei sobre a mesa de minha colega, desejando boa noite e deixando-a perplexa.
Voltei para casa.
Agora, Deus ouvia o meu depoimento, pacientemente. Eu tinha certeza de que Ele já sabia de cada detalhe minucioso, mas fizera questão de me ouvir.
No fim, agradeci a força que me deu para superar e decidi não prestar queixa. Perdoei minha colega e desejei, profundamente, que um dia ela pudesse ter dias tão agradáveis como os meus.

Por Luan Barbosa, 26/07/2010

4 comentários:

  1. noooossa, o texto me intrigou até o final. cê é bom pra prender a atenção, kkkkk. muito bom, espero ter dias como esses ;D

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  2. Q históriaa massa....queria ter a paciência da mulher aew...se fosse cmg tinha manda a outra ir...§54tfd*@ kkkkkkkkkk

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  3. Acredito que "perfeição" não seria a palavra adequada pra afirmar o quanto essa crônica é uma representação do que a maioria dos seres humanos, envolvidos pela inveja, agem com o seu próximo - não há palavra que a descreva. São esses tipos de "assaltos" que derrubam a alto-estima das pessoas, levando-as ao fracasso, ao temor e a ausência de vontade de viver. Para superar esses furtos, precisamos ser bastantemente fortes e seguros, capacitados a compreender o próximo e a enxergar o que realmente merecemos.


    Luuuh *-*, essa foi a melhor crônica de todas. Pertubou mesmo a realidade. Que através desta as pessoas possam garantir um passo na evolução espiritual e adquiram caracter humano de considerar o próximo. Continue iluminando a vida das pessoas, você nasceu pra isso e precisamos de você, das tuas palavras para perfurar a verdade. teee amoo muuito, meu orgulhoo!!!

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  4. Que texto lindo! *-*
    Acho que as pessoas invejosas deveriam lê-lo e perceber o quanto é ruim ter inveja dos outros! :]

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