31/07/2010

Uma nota musical


Lembrando-me hoje, daquela velha canção que escrevemos, percebi a profundeza que ela alcança e a grande emoção que ela transmite.
Há muito tempo a cantamos, sem esquecer uma única parte, sem enjoar ou cansar.
Pareciam aquelas músicas, escritas pelo Rei, músicas que perfuram a alma e invadem nosso íntimo.
Quantas vezes ela me tirou de angústias, tristezas e momentos difíceis? Muitas! Ela tinha mesmo esse poder.
E quantas vezes ela foi a trilha sonora de nossas alegrias, conquistas e divindades? Muitas. Ela era capaz de iluminar qualquer escuridão que nos tomasse.
Ouvindo a música hoje, não me parece igual. Como se alguém tivesse modificado sua letra, sua essência e sua força.
Não parecia tão bela, mas ainda sim a ouvia todos os dias. Era perceptível que havia mudado, mas por que, se eu não mudei em nada?
Talvez não eu, mas a outra voz mudara. Talvez tenha escrito uma nova canção, com uma nova voz e eu não me encaixe nessa música.
Não acho o tom, não sei quais são as notas musicais. Não posso cantá-la.
Cantar sozinho parece deprimente. Queria poder questionar: Em que parte na música nossa amizade desafinou? Mas você não me ouve, canta alto demais. Tão alto que acaba por perturbar o meu ouvir, sou obrigado a partir.
Já não ouço mais aquela canção com tanta frequência, com tanto louvor. Nem mesmo me arrepio no refrão, como acontecia de costume.
Mas assim são as canções, assim é a vida. Quando muito velhas, são substituídas. Resta-me procurar outra canção, onde a nota musical seja compatível com o meu tenor.
[...] Ainda lembro-me daquela canção, chamada amizade, ainda lembro-me de quando cantávamos, de quando sorriamos, ainda lembro-me...

Por Luan Barbosa, 31/07/2010

26/07/2010

O Grande Assalto


Lá estava eu, sentada Diante da maior autoridade que existia, dando meu depoimento, detalhando-lhe o que acontecera...
O dia amanhecera belo. O sol brilhava forte e aquecia o meu viver. Sentia-me esplendorosa, radiante com a vida. Dei bom dia a tudo e os pássaros me responderam com uma canção matinal. Sentia-me tão bem que resolvi vestir minha melhor roupa para ir trabalhar, queria que as pessoas percebessem minha felicidade e contagiassem-se.
Ao tomar café, agradeci pelo pão que me alimentava e desejei luz àqueles que não o tinham.
Sai de casa e já havia virado a esquina quando me lembrei que me esqueci de me perfumar. Não podia voltar, pois iria me atrasar. Logo mais a frente me deparei com um canteiro de rosas, rosas vivas e escandalosas. Aproximei-me, cheirei-as e senti o perfume delas me tomar num abraço amigo. Sorri agradecida e colhi uma rosa, guardei-a na bolsa.
Segui o meu caminho e logo estava no meu trabalho, pronta para mais um dia puxado. Ao sentar-me em minha mesa, deparei com uma colega de trabalho chegar, de cara fechada, e sentar-se também. Quando ela repousou foi possível perceber que ali também pairou algo desagradável.
Quando nosso chefe passou por nós, levantei-me e dei um Bom Dia, alegre e sincero. Fui presenteada com um “Está muito bem hoje Clara”. Vermelha, sorri agradecida e voltei ao trabalho.
Estava concentrada em minhas tarefas quando minha colega se aproximou de minha mesa e disse em tom enfurecido:
“você sempre puxando o saco do patrão. Se veste bem, sorri tudo para agradá-lo. Você é ridícula, assim como tudo a sua volta. Tire esse sorriso falso e volte ao trabalho”.
Senti-me arrasada. Meu dia havia sido tomado por nuvens cinza de inveja. Sentia-me mal e fui chorosa, ao banheiro. Chorei, chorei e chorei. Quando pensei em sentir raiva de minha colega, ouvi meu subconsciente dizer:
“quando lhe baterem numa face, oferecei a outra”.
Recompus-me e vi que o que ela dissera não fazia sentido. Revisei o meu dia e questionei: Ridículo? Não mesmo!
Voltei às minhas tarefas como se nada tivesse acontecido.
Ao final do dia, tinha superado aquele assalto ao meu bem estar e estava renovada. Antes de ir embora, peguei minha bolsa e tirei de lá aquela suave rosa. Senti novamente o seu perfume e a depositei sobre a mesa de minha colega, desejando boa noite e deixando-a perplexa.
Voltei para casa.
Agora, Deus ouvia o meu depoimento, pacientemente. Eu tinha certeza de que Ele já sabia de cada detalhe minucioso, mas fizera questão de me ouvir.
No fim, agradeci a força que me deu para superar e decidi não prestar queixa. Perdoei minha colega e desejei, profundamente, que um dia ela pudesse ter dias tão agradáveis como os meus.

Por Luan Barbosa, 26/07/2010

20/07/2010

Sem você

 
No dia do amigo, só posso agradecer...
Agradecer a cada distinto amigo que tenho. Amigos que me acolhem nas minhas angústias, que me abraçam em meus pesadelos e que sorriem em meus sonhos.
Sem cada um deles não seria o mesmo, nem de longe poderia suportar o viver.
Sem Aline eu não teria, jamais, paciência e bondade pelos outros, pois é ela que repassa essas virtudes.
Sem Alessandra eu não conseguiria seguir nos meus sonhos, pois é ela que me diz sempre: “Você pode Luh”
Sem Bebel, não poderia conhecer a meiguice que a vida tem.
Sem meu amigo Geraldo Neto, não poderia viajar pelo mundo da poesia.
Sem meu amigo Afonso, não teria a certeza de que tudo é possível.
Sem meu amigo Chico, não acreditaria em amizade com diferença de idades.

Sem a chata da minha irmã eu seria filho único, que saco né?!
Sem Amanda, não poderia curtir os melhores momentos nos piores lugares.
Sem minhas lindas Marias, não saberia perdoar ao próximo.
Sem Lígia, não saberia sorrir com tanta sinceridade.
Sem Myrelle, meus posts seriam apenas sombras.

Sem a doida da Jéh Barreto, eu não me sentiria tão confiante com o que faço.
Sem meu amigo Alemão, eu teria que ir ao supermercado todo dia e ir à academia sozinho.

Sem os novos, Geovanna, Nathalia, EloísaNicolas e Anderson que renovam o circulo

Sem o meu amigo Rafael, eu teria que me olhar no espelho direto.
Sem a Juh, o Binho, a Mel, a Flora e a Bruna eu não sonharia tanto com um futuro brilhante. (Uane também)
Sem cada um deles, citados e ocultos, eu poderia viver, porém me faltaria o ar em momentos sucintos.
Agradeço a cada um por me acolherem e me escolherem.
Feliz dia do Amigo...


Por Luan Barbosa, 20/07/2010

13/07/2010

Geração Redonda


Olho para trás e vejo guerreiros, lutando bravamente por seus direitos. Direito de ouvir, de falar e protestar, direito de ir e vir, direito de viver e sobreviver.
Isso tudo me parece tão distante. Lá, no passado, onde meus avós, meus pais puderam presenciar e até mesmo viver grandes feitos.
Estou falando de movimentos que reivindicavam algo que muitos queriam e que outros tentavam silenciar.
Olho à minha frente e vejo uma geração redonda. Sim, redonda. Uma geração que se acostumou com o pouco, conformou-se com medições, ditaduras modernas, maquiadas através da “moda”.
Não se vê, ou vê-se muito pouco, jovens protestando nas ruas, reivindicando situações a favor de sua classe estudantil. O jovem parece ter acompanhado a evolução da tecnologia, que trouxe muitos benefícios para a humanidade, mas que degradou a maneira de agir.
Hoje, protestos e reivindicações são feitos online, “xingando muito no twitter”.  Não que não seja eficaz, mas não tem aquele mesmo brilho quando abrimos um livro de história e vemos um movimento como “diretas já”.
Que conteúdo terão, agora, os livros? O que vamos estudar quando a Primeira e a Segunda Grande Guerra ficarem “velhas” demais? Nossa história não terá continuidade? É isso?
Onde estão os jovens que ouviam The Beatles, Elvis, Cazuza, Raul Seixas, Legião e tantos outros críticos de uma sociedade injusta? O que se vê são jovens ouvindo cada dia uma música nova, que são carentes de conteúdos e até mesmo vulgares. Músicas que até depreciam os grandes artistas que marcaram a história.
É a famosa geração redonda, a geração que acompanha a modinha e esquece-se de questionar, de criticar. Aceita, de pronto, tudo que se lança no mercado e faz disso a maior reverência.
É preciso um apelo, gigante, e principalmente a desacomodação da própria sociedade jovem. Se não quisermos ser esquecidos, teremos de voltar a brilhar como fizeram os grandes do passado, buscando uma identidade que parece perdida num cyber mundo, uma identidade que não pode, jamais, se esconder, pois foi ela que conquistou a diversidade, e tantos outros direitos. É direito seu o dever de dar continuidade a isso. Não seja mais um redondo a bolar na ladeira do declínio da história. Não seja só mais um a ocupar espaço e não mais produzir.


Por Luan Barbosa, 13/07/2010

07/07/2010

Um gol de sangue


E mais um caso insano ocorre no país.
Dessa vez, envolvendo um ídolo nacional, um ídolo que tem o nome clamado pela maior torcida de futebol do país, ou pelo menos tinha.
O caso estourou na mídia quando a jovem modelo Eliza Samudio, 25 anos, desapareceu sem deixar pistas e o goleiro Bruno seria o principal suspeito.
Dando abertura a uma intensa investigação e aprofundamento do caso, pode-se verificar que a jovem seria amante do goleiro e que estaria tentando provar na justiça que Bruno é o pai de seu filho, de quatro meses.
Eliza chegou a prestar queixa numa delegacia, alegando que durante a gestação Bruno teria tentado fazer com que ela tivesse um aborto usando medicamentos abortivos.
O goleiro chegou a dar uma declaração infeliz dizendo que às vezes, entre um casal, o homem pode bater na mulher, uma atitude normal, segundo ele.
Não sendo mais frio, o caso passou a ser manchete nacional e as investigações progrediram e uma série de fatores indiciava Bruno como um dos culpados pelo desaparecimento de Eliza.
Recentemente, um menor envolvido no caso prestou depoimento e relatou que Eliza estaria morta, contou, detalhadamente, o que vira. Em seu depoimento falou que Eliza fora esquartejada e tivera seus membros jogados aos cães, para que qualquer prova fosse apagada.
Ao ler o depoimento, forte, vem ao leitor uma grande náusea, emoção e revolta.  Quanta frieza cabe num ser humano, quanta maldade pode ter um “Macarrão”?
Não mais adianta falar dessa e de outras atrocidades que acontecem dia após dia. O que parece é que falar, denunciar e condenar essas ações não melhora em nada os acontecimentos no Brasil e no mundo todo.
A justiça decretou a previsão preventiva do goleiro e de mais sete possíveis pessoas envolvidas no caso. Mas como se fosse possível prever tudo acabará esquecido, mais uma vez.
Ficará órfã a pequena criança, sem ter a chance de, jamais, conhecer a mãe.
Fica o apelo que ao menos a justiça seja feita, não como vingança, porque nada trás uma vida de volta, mas como exemplo para que se possível for outros não cometam atos parecidos e seja preciso, mais uma vez, trazer notícias e relatos como esse.


Por Luan Barbosa em 07/07/2010

03/07/2010

Apagou-se a sexta estrela

Torcemos, vibramos, sorrimos e ao final choramos...
Infelizmente, nossa seleção brasileira de futebol voltou mais cedo pra casa. Lutaram, bravamente, até o último momento, até a última passada de bola... Mas não foi, não será mais... não dessa vez.
Que sensação estranha, que aperto no peito, que derrota...
Por que será que brasileiro sofre tanto? Acho que por sermos tão humanos, sensíveis e apaixonados por nossa nação. Somos brasileiros na vitória e também na derrota. Mas alguém aqui se envergonha de ser brasileiro? Se a resposta foi sim, mude-se para a Argentina.
Acho incrível nosso gingado. Depois da eliminação foi possível ver brasileiros beijando a camisa da seleção, mostrando orgulho e sorrindo.
Superar é o nosso lema, que venha agora 2014, em casa seremos um só, num grito gigante rumo, com certeza, à sexta e desejada estrela...


Por Luan Barbosa, 03/07/2010