31/08/2010

No meio do caminho, ela se foi.

[...] E assim ela saiu. Sem dizer o porquê, sem dizer se voltava, sem se despedir...
Fiquei tão atordoado com sua partida que parei de me alimentar. Sentia tanta sua falta. Ela me dava condições para viver e alimentava os meus sonhos.
- Por que foste embora?
Talvez tenha sido apenas uma ilusão. Talvez eu nunca a tenha tido de verdade, talvez ela apenas repousara em meu âmbito enquanto eu brincava de escrever.
E agora, que faço eu sem seu sopro ao meu ouvido? A quem vou recorrer quando a sanidade persistir em ficar?
Se me castigas por não dar-te o tamanho valor que mereces. Perdão. Sou humano, sou errante, sou pagão. Confesso que por vezes fui arrogante achando que eras apenas um complemento do meu ser, que eu brilhava sozinho. Ledo engano. És fundamentação em minha arte, não quero, pior, não sei viver sem te ter. Volte.
Em minhas preces peço ao Grande que me ajude a encontrar-te novamente. Nunca fui tão fervoroso em minhas orações, talvez nunca tivesse perdido alguém tão essencial.
Todos notam a sua ausência. Todos lamentam a tua partida e todos concordam quem sem você sou só mais um por aí.
Esse é só mais um texto que relata minha saudade de você, minha cara.
Espero que seja o último e que você esteja perto de voltar. Não posso mais ficar a escrever coisas que não tocam a alma. Não tenha pressa, volte renovada, mas não demore preciosa inspiração.

Por Luan Barbosa, 31/08/2010

23/08/2010

Quero dizer Não


Se contar nos dedos as diversas vezes que sacrifiquei minhas vontades para atender desejos alheios... Faltarão dedos.
É do ser humano, e mais ainda de mim, ser submisso às pessoas, principalmente as que nos são próximas, como amigos e familiares.
Por mais que você saiba que aquilo não é legal para você, que não é o que você quer você acaba fazendo para agradar aos outros.
Seriamos então marionetes sem personalidade? Talvez. Alguns de nós. Porém, é difícil dizer não para alguém que tem vínculos afetivos com você. Você acaba sufocando o seu querer e diz ‘sim’.
Mas isso é tão humano. Coloco-me no lugar daquele que me pede algo: Se fosse eu, pedindo algo, um favor, eu iria querer receber um não? Não!
Esse ato humano acaba por nos levar à lugares que não queríamos ir. Então a lição que eu venho tentando aprender a minha vida toda: Preciso aprender a dizer não.
Por mais que seja ‘chato’ ou desagradável, é preciso, às vezes, ter personalidade e firmar-se com o que quer. Se assim não o fizer, serei sempre aquele que afoga os próprios desejos e estende a vontade dos outros no patamar mais alto. Isso tem que mudar!
Um não, nem sempre é o fim do mundo. Muitas vezes ele nos dá força para que possamos tentar novamente, buscar algo complexo. É uma lição preciosa, assim como o fracasso.
Então, caros amigos, se por acaso quiserem algo, cuidado, eu posso ter aprendido a dizer NÃO!

Por Luan Barbosa, 23/08/2010

14/08/2010

Voltando pra casa, o tempo falou.


É incrível como aquela velha frase ‘o tempo modifica tudo’ parece tão sinistra quando se para para refletir...
Voltando para casa de ônibus, como faço sempre, deixei meus ouvidos se entregarem à estórias alheias que são contadas dentro daquele ambiente móvel que percorre parte da cidade.
Como sempre, nada de interessante:
‘Fiz minhas unhas ontem amiga, mas não ficaram legais’
‘Eu estou tão cansado de trabalhar’
É curioso como a vida alheia atrai tanto, mesmo não sendo nada interessante.
Perto de chegar em casa, uns dois pontos antes de minha parada, adentrou àquele veículo uma senhora e duas meninas, que pareciam ter 4 e 6 anos. Chamaram-me a atenção pela simplicidade que transmitiam no próprio jeito de ser.
De repente, ouço algo que aguça mais ainda minha curiosidade. A menina mais nova, relata para sua avó como houvera sido o passeio que fizera ao museu da cidade, seus olhos brilhavam enquanto falava:
- “Ai vovó, tinha um lustre lá, brilhava tanto, era tão lindo, mais tão lindo que chega a pessoa tinha vontade de ser feliz”.
Após pronunciar a última palavra eu fiquei tocado, olhei para baixo e senti vergonha de mim mesmo.
Há quanto tempo algo tão sem graça, tão simples e tão normal quanto um lindo lustre não tocava o meu ser? Há muito tempo.
Percebi então que o tempo leva, muitas vezes, sentimentos que fizeram parte de nossas vidas, da infância principalmente.
Hoje, o tempo e a sociedade nos roubam toda nossa sensibilidade e capacidade de ser feliz com tão pouco. Não somos mais tão criativos para criar situações que nos façam felizes. Não rimos mais com besteiras, não achamos graça com coisas tão inúteis, para nós.
Levantei a cabeça e puxei aquela velha cordinha que grita        ‘eu vou descer motorista’. Desci do ônibus e pude ver aquelas menininhas espremendo a cara na janela para ver um cachorro que passava pela rua, todo molhado e que se sacudia. Elas riram, riram alto e me fizeram abrir um sorriso e pensar em voz alta:
- Como é bom ser criança!
Caminhei mais um pouco até chegar em casa e no caminho, revoltado, pensava em alguma coisa há fazer pra mudar isso, não podia ser tão insensível às coisas tão belas da vida.  Foi quando decidi que na próxima semana vou ao museu, ver aquele tão iluminado lustre...

 Por Luan Barbosa, 14/08/10

08/08/2010

Meu pai

Pai que a gente ama desde que nos abraça,
que nos ensina a andar de bicicleta e que briga conosco quando somos dignos.
Pais que estão ao nosso lado onde quer que caminhemos, que nos apoiam em nossas decisões e nos dizem 'não' quando necessário.
Pais que são pais, heróis ou não, mas sempre pais.