30/03/2010

De que cor você é?

Com o decorrer dos anos, viu-se avançar a democracia em nosso país. Apesar de ter se vivido a ditadura de 1964, o Brasil foi capaz de superar a censura e relevar a liberdade de expressão, mesmo que um pouco tardia.

As mulheres, por exemplo, foram quebrando preconceitos e conquistando, pouco a pouco, seu espaço, tendo hoje uma vasta área no mercado de trabalho.

O programa Big Brother Brasil 10, da rede Globo de televisões, quebrou novamente mais uma barreira nessa edição. Juntou cinco tribos diferentes num mesmo espaço, para que esses (participantes) pudessem conviver, trocar ideias e até mesmo divergir entre si.

O que chamou mesmo a atenção foi a convivência de participantes da tribo “sarados” e da tribo “cabeças” com a tribo “coloridos”. Pessoas totalmente opostas. De um lado mostrou-se a diversidade, a homossexualidade, o caráter e as próprias pessoas em si. Do outro, aparentemente, o machismo, a arrogância, o preconceito e a não compreensão.

Tal edição rendeu diversos conflitos e discussões que “animaram” a casa. Mas ao final, o que realmente mostrou é que ambas as tribos se respeitavam e até mesmo admiravam-se.

A diversidade mostrou-se forte e a capacidade de aceitação também.

O que vos passo não é o ibope do programa, mas a ideia central. Pessoas, na vida real, também divergem entre si, seja no comportamento, opiniões, atitudes, ou qualquer coisa. O importante é nunca deixar de respeitar. Pode-se não concordar, não aceitar e até mesmo discutir, civilizadamente, as ideias do próximo, mas sempre com a devida educação e respeito.

A lei mostra que existe a igualdade para todos. Então deve-se cumpri-la, honrá-la.

Se cada um, respeitar ao próximo, ou ao menos não julgar (cada um carrega a sua história e merece o direito tê-la respeitada), a sociedade brasileira dará um grande passo para seu desenvolvimento que já se mostra atrasado.

Afinal, que cor você veste? Seja ela rosa, azul, preta ou branca. O importante é lembrar que uma cor complementa a outra e que sozinhas elas não têm aquele mesmo encanto do arco-íris.

27/03/2010

Justiça que não traz

No Brasil, acostuma-se a ver escândalos que emocionam, enfurecem e fazem arder o senso de justiça de cada cidadão brasileiro.


No dia 29 de março de 2008, a pequena menina de 5 anos, Isabella Nardoni, caiu do sexto andar de um edifício de classe média, na grande São Paulo, e acaba por falecer mesmo sendo socorrida pouco tempo depois.

Se o fato de uma pequena criatura humana morrer tragicamente já comoveu o país, o pai e a madrasta de Isabella serem indiciados como culpados por sua morte deixou cada um com uma indignação difícil de ser arrancada.

Segundo a perícia, Isabella teria sido esganada e jogada da janela do sexto andar.

Começou aí uma investigação que levou milhões de brasileiros às ruas, protestando contra o pai e a madrasta, que seriam culpados pelo crime.

Foi um semestre extremamente agitado e com muitas cobranças da população, que pedia justiça.

Alexandre Nardoni (pai da vítima) e Ana Carolina Jatobá (madrasta da vítima) foram presos, como medida provisória, enquanto as investigações rolavam.

O caso seguiu, a revolta do povo ia esfriando e Isabella continuava morta. Seria mais um arquivo morto no país?

A justiça marcou então o julgamento do casal apontado como autor do crime. E nunca uma data foi tão esperada.

Após dois anos de espera, os réus foram colocados diante de um tribunal, com sete jurados que iriam decidir os seus destinos. Foram cinco dias de julgamento, cansativos e desgastantes. O julgamento emocionou a muitos (com exceção dos réus, que pareciam o tempo todo frios), trouxe uma expectativa monstruosa da população, que pedia a condenação do casal.

Ao final, a justiça se fez nesse país tão carente de progresso. Alexandre Nardoni foi condenado a 31 anos de reclusão em regime fechado ( e semi-fechado ao decorrer do tempo) pelos crimes de homicídio e fraude processual e Ana Carolina Jatobá a 26 anos pelos mesmos crimes.

A sensação que fica é de que a justiça finalmente foi feita, após a sentença a população fez uma queima de fogos para comemorar o desejo realizado.

As palavras de Ana Carollina Oliveira (mãe da vítima) deixam uma grande mensagem para todos: “A justiça está feita, mas minha filha não vai voltar”.

Foi mesmo preciso a condenação do casal para que sirva de modelo para outros possíveis criminosos, mas quanto mais se mexe nessa ferida, mais ela sangra. E não dói mais na gente, dói naqueles que sofreram e ainda sofrem com a partida de Isabella.

Agora nada mais resta a fazer, a não ser desejar que a família de Isabella, que ainda chora a sua partida, tenha força e fé para superar esse grande abismo que não fechará jamais.

22/03/2010

A proeza de ser uma rosa

Às vezes me pego questionando o Altíssimo sobre algumas situações da vida e o Seu jeito misterioso de escrever a história de cada um de nós...

Procuro entender o porquê de alguns acontecimentos e sofrimentos, meus e os alheios. Muitas vezes não sou capaz de entender tamanha grandeza, mas sei que há, com certeza, um plano maior para tudo que Ele faz.

Dai então, comparo o ser humano a uma rosa, uma rosa vermelha: nascemos de sementes semeadas com amor, ou não, mas nascemos. Transformamo-nos numa pequena raiz que aos poucos vai se estendendo e se enraizando até tornar-se bem forte. Tentamos vencer, muitas vezes com muita dificuldade, aquele solo duro que quer nos impedir de florescer. Com a ajuda dos amigos, a quem chamo de adubos, somos capazes de vencer esse solo rochoso e começamos então a crescer. Somos agora um pequeno broto diante dos olhares alheios. Muitos duvidam que seremos capazes de florescer na primavera, muitos criticam, muitos tentam nos podar antes da hora. Mas seguimos firmes e depois de algum tempo, brilhando no sol e se escondendo da chuva abrimo-nos e somos, enfim, aquela rosa vermelha ardente, cheia de vontade e de sonhos. Toda rosa é o centro das atenções de um jardim e na vida não somos diferentes. Somos protagonistas e chamamos a atenção de todos, causamos inveja, cobiça e corremos o risco de murchar. Parecemos indefesos e a qualquer hora podemos ser arrancados de nossos sonhos. Mas é aí que o Altíssimo faz valer a sua escrita e lembra-nos que temos espinhos. Não para ferir alguém, mas para proteger-se de tudo.

Como é linda cada rosa que me rodeia. Exalam um perfume surreal que contagia a essência de cada flor do jardim. Que bonitas são as rosas vermelhas. Quão bonito é o jardim da vida. Há sempre alguém para aguar-nos quando sentirmos sede de viver. E se não houver alguém, aqui nessa Terra tão grande, haverá um Jardineiro,que ama seu jardim e cada uma de suas rosas, que não falhará jamais com sua divina criação.



10/03/2010

Não mais ouvir, mas agir.


Nos últimos tempos, temos presenciado fenômenos naturais que destroem tudo o que veem pela frente, deixando marcas que dificilmente serão esquecidas.


Há pouco, enfrentávamos as cenas chocantes do terremoto que atingiu o Haiti e deixou centenas de vítimas num país tão pobre.

O mundo se sensibilizou e partiu pra ajudar tal país, numa corrente solidária que não se vê em nosso cotidiano.

Nem esquecemos ainda a tragédia de Porto Príncipe e já nos deparamos com outra: Os chilenos foram atingidos por um terremoto de alta escala que trouxe o caos ao país sulamericano. A cidade de Concepción, segunda maior cidade do país, foi a mais atingida e o resultado foi caótico: famílias perderam casas, perderam entes queridos, perderam a esperança...

Esses desastres sequênciais tentam, sempre, passar algo que poucas vezes enxergamos: A fúria da mãe natureza é clara, mas mais clara ainda é a necessidade de começarmos, agora, uma mudança radical nas ações humanas.

Copenhagen foi um verdadeiro fracasso. Os países não estão tão dispostos a reduzir o número de poluição lançada á atmosfera todos os dias. Nós não estamos dispostos a reprimir esse capitalismo em busca de um verde que salve nossas casas.

Mas se não fizermos algo hoje, não poderemos mais nos arrepender amanha. Teremos de assistir, de camarote ou não, a decadência de países, não só os pobres, mas os desenvolvidos também.

Não são apenas as calotas polares que estão derretendo nos oceanos. Nossos sonhos, nosso futuro, que agora é incerto, estão submergindo junto e talvez não mais voltem.

Não podemos mais ponderar a ideia de salvar nossa casa (Terra). Temos que agir e agir já. Mas esse discurso todos já estão cansados de ouvir.

O que precisamos ouvir agora são propostas que levem o “podemos fazer” ao “vamos fazer”, propostas que não sejam utópicas, mas que sejam possíveis. Não é um processo fácil, nem rápido, mas é algo que precisa ser feito já, pra que mais tarde não seja o nosso teto a tremer e o nosso chão a ruir...

05/03/2010

No meu Pen Drive

É muito fácil: injetou o dispositivo, o sistema faz o reconhecimento e você tem acesso a tudo que te pertence...
Seria magnífico se tal artifício pudesse ser usado na mais perfeita máquina: o homem. Mas não funcionamos como um pen drive. Podemos viver momentos, mas não podemos armazená-los, não podemos deletá-los, não podemos revê-los com total perfeição quando quisermos. Não dá pra fazer um backup de nossas vidas, dá? Se perdermos alguma coisa que nos é importante, podemos recorrer a esse recurso para restaurá-la?
E se pudéssemos, vale a pena voltar no tempo e refazer? Isso quebraria a regra que diz que a vida só anda pra frente, nunca pra trás. Se der erro no sistema, ou se a nossa vida não estiver bem, significa que temos um vírus e não podemos simplesmente mandá-lo para a quarentena, isso é surreal. Mas podemos recorrer ao nosso antivírus, ou aos amigos, que têm a mesma definição: proteger, com máxima força, àquilo que lhes é de maior importância...
Tantos sistemas e configurações nos fazem pensar que a vida é mesmo muito complexa e exige de nós, meros mortais, muito jogo de cintura. O que fazer diante das centenas de Windows (janelas) possíveis em nossas vidas? Apertando F1 você recebe ajuda, certo? Sim, recorrendo ao botão Altíssimo, com fervor, você receberá  as instruções corretas para saber aonde chegar.
Ao final de mais uma navegação, será preciso ejetar o seu pen drive, e aquela angústia de não ter a certeza se tudo foi salvo vai invadir-te. Mas, confia no seu sistema, pois ele nunca erra. Se você falhar, ele haverá de atuar. E se ainda não conseguir, será preciso, pacientemente, reiniciar o sistema e viver tudo de novo.